segunda-feira, 26 de maio de 2014

Frank Ocean - "channel ORANGE" (2012)


Frank Ocean é um rapper/singer-songwriter frequentemente associado com o grupo Odd Future e seus membros, como Tyler, the Creator e Earl Sweatshirt, que há algum tempo vem fazendo barulho na cena. No Brasil é famoso por ter uma de suas músicas no famigerado vídeo do Rei do Camarote. 

Porém, "channel ORANGE" está muito longe de ser um álbum de rap como o de grandes nomes do mainstream como Eminem, 50 Cent, Lil Wayne e esses figurões do estilo que ou nunca fizeram música realmente boa na vida ou não lançam algo bom já tem algum tempo.

Isso é um alívio, pois "channel ORANGE" é um ótimo álbum que segue um estilo pouco convencional, com grandes influências de soul, electro-funk (não confundir com MC Mayara) e R&B. 

Em sua pouco mais de 1 hora de duração e com vários skits divertidos, dentre eles a faixa de abertura "Start" que conta com sons nostálgicos como o som característico de um Playstation e uma parceria não muito memorável com John Mayer, Frank Ocean aborda os mais diversos assuntos.

Dentre eles, temos ostentação e vida de moleques mimados milionários com "Super Rich Kids", que conta com uma participação brilhante do já mencionado Earl Sweatshirt, amor incerto com "Thinkin Bout You", drogas em "Crack Rock" e questionamentos sobre religião em "Bad Religion".

O grande destaque do álbum é a faixa "Pink Matter" que conta com a participação do lendário André 3000, membro do OutKast. Melancólica ao extremo, Frank Ocean consegue colocar uma referência a Dragon Ball Z na letra. QUEM QUE CONSEGUE FAZER ISSO E NÃO PARECER RIDÍCULO? Frank Ocean consegue. O rap de André 3000 é incrível, com um flow invejável.

O único ponto realmente baixo no álbum pra mim é a faixa "Pyramids", que tem quase 10 minutos de duração. Não sei onde Frank quis chegar com a música, que é bem repetitiva, mas ela não afeta em tanto o álbum. É só pular.

Pontos Altos:
"Thinkin Bout You", "Super Rich Kids", "Crack Rock", "Pink Matter"

Pontos Baixos:
"Pyramids", "Monks", "End"

Download

Tracklist:

1 - "Start"
2 - "Thinkin Bout You"
3 - "Fertilizer"
4 - "Sierra Leone"
5 - "Sweet Life"
6 - "Not Just Money"
7 - "Super Rich Kids (feat. Earl Sweatshirt)"
8 - "Pilot Jones"
9 - "Crack Rock"
10 - "Pyramids"
11 - "Lost"
12 - "White (feat. John Mayer)"
13 - "Monks"
14 - "Bad Religion"
15 - "Pink Matter (feat. André 3000)"
16 - "Forrest Gump"
17 - "End"

Pink Matter (feat. André 3000)



sexta-feira, 2 de maio de 2014

My Bloody Valentine



My Bloody Valentine (jamais confunda com Bullet for My Valentine) é uma banda formada nos anos 80 em Dublin, na Irlanda. É facilmente uma das bandas mais influentes da história do rock alternativo, notória por seu largo uso de distorção, reverb e a criação de verdadeiras "paredes de barulho", coisa que só fará sentido uma vez que você ouvir o lendário e incrível "Loveless" (1991).

A história do My Bloody Valentine se confunde com a história do shoegaze, estilo surgido no Reino Unido no meio dos anos 80. Provavelmente por ter sido contemporâneo do grunge, não recebeu tanta atenção assim da grande mídia. Shoegaze é um nome curioso dado pela mídia da época, pois os instrumentistas que tocavam esse instrumento não paravam de encarar seus próprios sapatos (shoegazing), pois ficavam o tempo todo olhando para o conjunto de pedais de suas guitarras, que são responsáveis pela distorção marcante do gênero.

O segundo álbum da banda, o já mencionado"Loveless", provavelmente é um dos melhores álbuns da história e com certeza um dos três melhores dos anos 90. Gravado em dezenove estúdios diferentes no período de dois anos, quase levou a gravadora responsável à falência, devido à atitude do líder da banda, Kevin Shields, que é uma pessoa extremamente detalhista e gravou e regravou diversas vezes o álbum.

Enquanto que por um lado Shields também canta no álbum, o destaque fica com os vocais etéreos de Bilinda Butcher. Já alerto que é perfeitamente normal em um disco de shoegaze não entender absolutamente nada que é cantado, já que essa não é a intenção da música. O vocal é gravado sem destaque e é tratado como um outro instrumento, que está lá só pra adicionar mais uma textura à música do que pra passar alguma mensagem. Contudo, é fácil perceber que as letras das canções são bem bonitas.

Bandas associadas constantemente ao My Bloody Valentine:
Slowdive, The Jesus and Mary Chain, Ride

Se você gostou de My Bloody Valentine, você vai gostar de:
Slowdive, Ringo Deathstarr

Download - Loveless (1991)
When You Sleep


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Coletânea real emo



Sempre que digo que meu estilo favorito de música é emo, presencio as mais diversas reações. "Tipo My Chemical Romance?" ou "Você não tem cara de quem curte Fall Out Boy.". Apesar de num passado relativamente distante eu ter curtido essas bandas, é complicado explicar pras pessoas que emo não se trata de The Used ou blink-182.

Nenhuma das bandas que eu citei são emo ou coisa que o valha. Nenhuma banda de emo usa maquiagem na cara ou se veste de preto. A foto que ilustra esse post se trata de Sunny Day Real Estate, que provavelmente é mais famosa por ter emprestado dois de seus membros para a primeira encarnação do Foo Fighters do que por suas músicas sensacionais. Nenhum deles tem franjinha na cara, nota-se.

Como minha intenção não é dar uma aula de história, não deixei a playlist só para os criadores do emo. Há músicas das mais calminhas e bonitas ("Letters and Packages", "The North End") até as mais ríspidas ("Drug Lord", "Amends"). Bandas brasileiras também, as sensacionais Polara e Ludovic. Tem até Weezer, que você provavelmente achava que nada tinha a ver com emo.

Enjoy.

Escute a playlist online aqui!

1 - This Town Needs Guns - Chinchilla
2 - Sunny Day Real Estate - In Circles
3 - Mineral - Gloria
4 - Polara - Boate
5 - Weezer - Why Bother?
6 - William Bonney - Drug Lord
7 - American Football - Letters and Packages
8 - Ludovic - Janeiro Continua Sendo o Pior dos Meses
9 - Cap'n Jazz - Basil's Kite
10 - Joie de Vivre - The North End
11 - Snowing - Sam Rudich
12 - Touché Amoré - Amends